“Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração. Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Não há apertos na sua morte; o seu corpo é forte e sadio. Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens. Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido. Os olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do seu coração. Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da opressão. Põem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra. Pelo que o povo volta para eles e não acha neles falta alguma. E dizem: Como o sabe Deus? E: Há conhecimento no Altíssimo? Eis que estes são ímpios; sempre em segurança, aumentam as suas riquezas. Na verdade, que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência, pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã. Se eu tivesse dito: Também falarei assim; eis que me teria havido traiçoeiramente para com a geração de teus filhos. Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles. Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína. Como caem na desolação num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores. Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás as suas fantasias. Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas no meu coração, estava embrutecido, e nada sabia; era como animal diante de ti. Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita. Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória. A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre. Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti. Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras.”
Ao estudar o Salmo 73, compreendemos os desafios que trilhamos para permanecermos íntegros no caminho do Senhor. Asafe era um homem de profunda maturidade, de quase 70 anos de idade. Ele experimentava comumente a presença de Deus, era acostumado a entrar no Santíssimo lugar, estava consolidado acerca dos feitos e das maravilhas de Deus e de quão maravilhoso e abençoador é o Senhor para o Seu povo e para Seus filhos.
Motivos do declínio
No versículo 3, Asafe diz porque quase caiu: Ele invejava os arrogantes, os soberbos, porque ele via a prosperidade deles. Imagine alguém ter inveja dos arrogantes! O arrogante sempre acha que não precisa de Deus. Mas Asafe estava com inveja dos perversos, por causa da prosperidade deles.
Sempre que um cristão começa a cobiçar o estilo de vida de homens sem valores morais e espirituais, ele chega ao mesmo pensamento de conflito de Asafe. Todas as vezes que olhamos para a direção errada, para as pessoas erradas, ficamos desiludidos e os nossos pés começam a querer se desviar, a resvalar na lama da desistência, da falta de motivação. Somos, então, assaltados no profundo de nosso ser. Neste momento, precisamos correr na direção de Deus.
Asafe foi desmotivado na sua vida com Deus por observar o perfeito estado de saúde dos maus e admirar o estilo de vida dos perversos. Mas, nesse momento, acontece algo que reverte todo esse quadro decadente na vida de Asafe. Ele acorda subitamente e percebe que os ímpios não entram no santuário de Deus e que eles sempre estão em lugares escorregadios e caem em destruição.
Continua...
Comentários